Durante as pesquisas, 300 estudantes identificaram problemas nas comunidades e esperam que todo o aprendizado seja aplicado no dia-a-dia
Por Joaquina Alexandre
Os estudantes do 1º Ano do Curso de Enfermagem da Universidade Jean Piaget Angola realizaram, no dia 14 de Julho, uma feira inserida na Disciplina de “Antropossociologia e Trabalho De Campo”.
A feira, que decorreu no pátio da universidade, contou com a presença de 300 estudantes, subdivididos em 38 grupos e teve como objectivo apresentar os trabalhos finais de pesquisa de campo da mesma cadeira, bem como avaliar a sua competência nas diversas exposições.
A cerimónia de abertura e corte de fita coube ao Coordenador adjunto do Curso de Enfermagem, Adão Chimuanji, que começou a sua intervenção dando as boas-vindas e agradecer à Direcção e aos Estudantes por se terem empenhado na realização do evento: “Agradeço primeiramente ao Corpo de Direcção e principalmente aos Estudantes pelo esforço e dedicação. Procederemos à visita a cada uma das tendas, para que cada um de vocês tenha a oportunidade de explicar o trabalho que desenvolveu ao longo desse tempo nas comunidades”, disse.
Por sua vez, o Vice-reitor para a Investigação Científica e Pós-graduação, Professor Doutor Paulo Inglês, afirmou que, com essa disciplina os estudantes tiveram a oportunidade de demonstrar um pouco do que fizeram, não só aos visitantes, como também aos professores e funcionários: “Essa disciplina é muito importante para o exercício da vossa profissão, porque conseguiram identificar problemas nas comunidades bem como apresentaram propostas para uma intervenção diferenciada para a solução dos mesmos”.
Por outro lado, a Decana adjunta da Faculdade de Ciências da Saúde, Professora Doutora Amélia da Costa, enalteceu o empenho e dedicação dos estudantes “queremos felicitar o empenho e esforço de cada um de vocês para que esse momento pudesse acontecer, começando pela Coordenação de Enfermagem, pelos docentes e principalmente pelos estudantes. Esperamos e desejamos que todo o aprendizado seja aplicado quando os estudantes forem exercer as suas funções”, realçou.
A estudante e expositora Margareth Ferreira, que representou a cultura dos povos Bacongo, disse que valeu a pena o trabalho efectuado no âmbito da cadeira em causa. O mesmo reconheceu que “está a ser uma boa experiência e o meu grupo pensou que a nossa apresentação não seria boa, mas foi uma das melhores apresentações”.
Por outro lado, Maira Guimarães, estudante e expositora, do grupo que representou o alcoolismo, reconheceu que o álcool é um problema social: “este é um tema muito pertinente por causar inúmeros problemas de ordem social e de saúde e é definido como um quadro patológico que se desenvolve mediante o uso excessivo”, afirmou
Entretanto, Arlete Cabingano, estudante do último ano do Curso de Economia e Gestão, visitante da feira, garantiu que conseguiu aprender muito e ficou surpreendida com a organização: “aprendi o que não sabia sobre o corte do cordão umbilical de um recém-nascido, eu tinha uma percepção errónea sobre este conceito, mas, com a explicação da mesa que visitei, entendi melhor, e cada cenário, cada tenda, está muito linda e espero que façam mais vezes” concluiu.
Para a docente Judith Candeias, a feira superou todas as suas expectativas: “de ano para ano, às vezes, fico com dificuldades de avaliar qual dos grupos é o melhor, mas este ano fiquei muto mais surpreendida pela evolução na qualidade dos trabalhos apresentados”.
Na feira, dentre outros temas abordados destaca-se a saúde alimentar, o aborto, as formas de tratamento de água, as medidas de prevenção contras as DST e os contraceptivos, o elevado índice da prostituição, o tabagismo, a gravidez precoce, o aleitamento materno, a poluição sonora, o uso da internet, saneamento básico, os hábitos e costumes da Província do Huambo.
*Estudante do 3º Ano do Curso de Ciências da Comunicação, Opção Jornalismo.
